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O impasse em torno do aumento do IOF, que nas últimas semanas dominou o debate político nacional, pode se transformar em uma bandeira estratégica do governo Lula para a disputa eleitoral de 2026. Dados colhidos por assessores do Planalto indicam que o tema da tributação ganhou força nas redes sociais, principalmente em torno da ideia de que os mais ricos devem contribuir mais com o sistema tributário nacional.

Embora inicialmente preocupado com o desgaste da proposta junto ao Congresso e ao empresariado, Lula teria mudado de postura após o fracasso das negociações. Segundo interlocutores próximos ao presidente, o Planalto avalia que o discurso de justiça social — em que os ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que os pobres — pode se consolidar como um trunfo político nas próximas eleições.

Estudos internos confirmam essa percepção. Uma pesquisa do cientista político Eduardo Sincofsky, do projeto Plaza Pública, aponta que, apesar de parte da população demonstrar cansaço com o terceiro mandato de Lula, há um sentimento difuso de que a carga tributária é injusta. “As pessoas acham que os ricos pagam menos do que deveriam, e isso causa revolta”, explica Sincofsky. O levantamento mostra ainda uma percepção dual: muitos brasileiros dizem que suas vidas melhoraram individualmente, mas sentem que o país como um todo está pior.

A tendência, segundo analistas políticos, é que Lula e o PT passem a investir mais fortemente no discurso de “Robin Hood tributário”, apostando que a defesa de uma reforma fiscal progressiva pode mobilizar a base popular e isolar setores da elite econômica contrários às mudanças.

Em meio a dificuldades no Congresso e atritos com lideranças políticas, o governo enxerga nessa pauta um caminho para reconstruir apoio social e marcar posição contra a oposição — que também já começa a articular narrativas para 2026.

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