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O corpo do Papa Francisco foi levado na manhã desta quarta-feira para a Basílica de São Pedro, no Vaticano, onde fiéis de todas as partes do mundo poderão prestar suas últimas homenagens ao pontífice. Francisco faleceu na segunda-feira, aos 88 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de falência cardíaca. A visitação será encerrada às 19h da sexta-feira, véspera do funeral solene que contará com a presença de chefes de Estado, líderes religiosos e autoridades da Igreja Católica.

Seguindo o desejo expresso em seu testamento, o papa será sepultado no sábado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, uma das igrejas mais queridas por ele e símbolo de sua ligação com os pobres e os marginalizados — tema central de seu pontificado.

A morte de Francisco, que liderou a Igreja por 12 anos, marca o início de um novo processo de sucessão. O Colégio dos Cardeais deverá se reunir em breve para iniciar o conclave que elegerá o próximo pontífice. A composição atual do colégio, no entanto, é significativamente diferente daquela que elegeu Francisco em 2013.

Segundo levantamento do Pew Research Center, as escolhas feitas por Francisco durante seu papado redesenharam a geografia do poder dentro da Igreja. Em 2013, os cardeais europeus representavam 51% do colégio; agora são 40%. A presença da Ásia-Pacífico, por outro lado, saltou de 10% para 18%, enquanto a África Subsaariana passou de 8% para 12%. A América Latina, berço do próprio Francisco, e o Oriente Médio e Norte da África apresentaram crescimento tímido, de apenas um ponto percentual cada — 18% e 3%, respectivamente.

Esse redesenho pode indicar uma nova direção para a Igreja, mais global e menos centrada na Europa, fiel ao espírito missionário e descentralizado promovido por Francisco. Considerado um reformador, ele buscou ampliar a representatividade das regiões historicamente menos ouvidas dentro da estrutura eclesiástica e enfrentou com coragem temas como migração, pobreza, mudanças climáticas, corrupção e abuso dentro da Igreja.

À medida que o conclave se aproxima, cresce a expectativa sobre quem será o novo papa e se ele continuará o legado de reformas e inclusão promovido por Francisco. Seja qual for o resultado, é certo que o próximo pontífice herdará uma Igreja mais plural, mais conectada ao Sul global — e com enormes desafios pela frente.

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