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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou polêmica nesta quarta-feira ao fazer uma declaração considerada machista sobre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Durante um discurso, Lula explicou a escolha de Hoffmann para o cargo, referindo-se a ela como uma “mulher bonita”, justificando a decisão pelo desejo de estabelecer uma boa relação com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A fala foi vista como inadequada, especialmente considerando o cargo de destaque ocupado por Gleisi, uma mulher que representa a força política do governo.

“É muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Porque uma coisa que quero mudar, estabelecer relações com vocês. Por isso coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, porque não quero mais ter distância de vocês”, afirmou Lula. A escolha da ministra surpreendeu alguns parlamentares que defendiam um nome do Centrão para fortalecer a articulação política entre o Executivo e o Congresso.

Além disso, Lula fez outra declaração controversa sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizendo que ele precisa ter “mais charme” e que nem sempre é “feliz quando pega o microfone”. O petista também se referiu ao líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), de maneira jocosa, chamando-o de “cabeçudão do Ceará” durante a discussão sobre a reforma tributária.

Em outro momento, Lula esteve presente na cerimônia de posse de Maria Elizabeth Rocha, que se tornou a primeira mulher a presidir o Superior Tribunal Militar em 200 anos. Em seu discurso, Rocha defendeu mais mulheres nos tribunais superiores e cobrou de Lula maior participação feminina na política e no Judiciário, além de se posicionar como feminista e progressista. A nova presidente do STM também comentou sobre os crimes militares cometidos por Jair Bolsonaro (PL) durante a tentativa de golpe de 2022, sugerindo que ele poderia ser julgado por “incitação à tropa”. Porém, posteriormente, Rocha afirmou que essa análise cabe ao Ministério Público Militar.

Em meio a essas questões internas, Lula também enfrenta desafios externos. O marqueteiro João Santana, responsável por ajudar Lula a superar a crise do mensalão e a eleger Dilma Rousseff duas vezes, comentou sobre as dificuldades políticas atuais. Para Santana, o cenário atual é mais complexo do que o enfrentado em 2005, devido à “politização caótica e superficial das redes sociais”, ao crescimento do poder dos evangélicos, à “política judicializada” e ao papel central do Centrão na política nacional. Santana ainda apontou que o cenário mundial delicado também é um fator importante que Lula precisa enfrentar.

Em relação a uma possível disputa eleitoral, o marqueteiro apontou dois possíveis adversários para o presidente: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Michelle Bolsonaro (PL). Para Santana, a ex-primeira-dama tem mais potencial de competir com Lula, devido ao seu carisma e religiosidade, que são elementos que podem atrair a base conservadora do país.

O quadro político brasileiro segue tenso e polarizado, com Lula navegando em um cenário repleto de desafios tanto internos quanto externos. As declarações polêmicas e as dificuldades na articulação política podem afetar sua popularidade, enquanto o horizonte eleitoral se aproxima com novos nomes emergindo como possíveis adversários.

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