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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou um recado direto ao CEO da Meta, Mark Zuckerberg, após o anúncio das novas diretrizes da empresa, que incluem mudanças significativas no tratamento de discursos de ódio nas suas plataformas. Lula destacou a importância de cada país ter sua soberania resguardada, criticando o comportamento de líderes de empresas globais que, segundo ele, tentam interferir na política interna dos países. “Um cidadão não pode achar que tem condição de ferir a soberania de uma nação”, afirmou o presidente a jornalistas, após o criador do Facebook declarar sua intenção de trabalhar com o presidente eleito Donald Trump para resistir a pressões de governos ao redor do mundo que buscam mais controle sobre as empresas americanas e a censura.

A Meta, dona do Facebook, Instagram e Threads, divulgou recentemente suas novas diretrizes para discurso de ódio, que geraram controvérsia. As mudanças permitem que os usuários associem doenças mentais a gênero ou orientação sexual, especialmente em contextos de debates religiosos ou políticos. A empresa também flexibilizou as restrições a discursos que defendem a limitação de gêneros em determinadas profissões. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal já se posicionou contra a discriminação de pessoas LGBTQIA+, reconhecendo, em 2023, que atos ofensivos contra essa comunidade podem ser considerados injúria racial. Em 2019, a Corte havia decidido que a homotransfobia deve ser enquadrada na Lei do Racismo.

Além das modificações nas diretrizes, a Meta anunciou mudanças práticas em suas plataformas. A partir de agora, os usuários começarão a ver conteúdos políticos de perfis que não seguem, conforme revelou o presidente do Instagram, Adam Mosseri. “Se você ainda não reparou nas mudanças, deve começar a percebê-las nas próximas semanas”, afirmou Mosseri. Em 2021, a Meta havia anunciado que reduziria a exposição dos usuários a publicações relacionadas a debates ideológicos ou eleitorais, logo após a posse de Joe Biden. Agora, com a proximidade da posse de Trump, a empresa alterou sua postura, alinhando-se mais uma vez ao ex-presidente republicano.

A mudança de diretrizes da Meta, especialmente em um contexto de polarização política no Brasil e em outras partes do mundo, gerou críticas sobre o papel das plataformas digitais na disseminação de discursos de ódio e desinformação. Lula, ao reagir à postura da Meta, reafirmou sua posição em defesa da soberania nacional, alertando para os riscos da influência de grandes corporações de tecnologia nas questões internas dos países.

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