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A defesa de Jair Bolsonaro (PL) segue com a estratégia de se livrar do ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito sobre o golpe de Estado, apresentando mais um pedido de impedimento do magistrado. O novo recurso foi protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) e será analisado a partir desta sexta-feira. A solicitação de impedimento baseia-se no relatório final da Polícia Federal (PF), que indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente, e argumenta que Moraes não pode ser o relator do caso, pois é apontado como uma das “vítimas diretas” do suposto plano golpista.

Este pedido segue uma tentativa anterior, negada pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em fevereiro de 2024. A defesa de Bolsonaro questiona a imparcialidade de Moraes, especialmente depois de sua decisão de autorizar a transferência para Brasília do general Mário Fernandes e do tenente-coronel Rodrigo Bezerra, acusados de planejar o assassinato de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice, Geraldo Alckmin. Eles haviam sido presos em novembro de 2024, durante a investigação sobre o golpe, e estavam inicialmente detidos no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, mas agora serão transferidos para o Comando Militar do Planalto.

A situação, que envolve militares no centro da trama golpista, tem gerado repercussões também no campo das Forças Armadas. O envolvimento de membros da instituição no planejamento do golpe e a possibilidade de cortes fiscais nas Forças Armadas aumentaram a tensão política e institucional. Recentemente, um vídeo questionando possíveis “privilégios” nas Forças Armadas e reagindo à inclusão dos militares no pacote fiscal do governo foi divulgado nas redes sociais. O vídeo, que tem o apoio da alta cúpula da Marinha, incluindo o comandante Marcos Sampaio Olsen, estava originalmente planejado para comemorar o Dia do Marinheiro (13 de dezembro), mas foi ajustado para criticar a decisão de cortar benefícios militares.

Por outro lado, o ministro Dias Toffoli, também do STF, tomou uma decisão relacionada a um episódio ocorrido em julho de 2023, quando brasileiros hostilizaram Moraes e sua família no aeroporto de Roma. Toffoli extinguiu a punibilidade dos envolvidos, após eles se declararem culpados e apresentarem um pedido formal de retratação. A decisão encerra um processo que envolvia agressões verbais a Moraes, sendo considerada uma medida conciliatória após o reconhecimento da culpa por parte dos acusados.

Esses desdobramentos demonstram o contínuo confronto entre o governo, o STF e as Forças Armadas, com um cenário tenso, onde a política fiscal, a articulação para o ajuste fiscal e a investigação sobre o golpe de Estado se entrelaçam, alimentando debates acalorados sobre a condução da democracia no país.

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