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O recente aumento da alíquota de importação de fibra e cabos ópticos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) tem gerado preocupações significativas entre as operadoras de internet no Brasil. A medida, que eleva a tarifa de importação de 11,2% para 35% em cabos ópticos e de 9,6% para 35% em fibras, foi aprovada após uma investigação sobre práticas de dumping por exportadores chineses.

A Prysmian, multinacional que opera no Brasil, destacou que o país até então era o único “desprotegido” em um cenário global de protecionismo, onde economias como a União Europeia e os Estados Unidos já adotaram medidas semelhantes para proteger suas indústrias. A empresa elogiou a decisão do governo brasileiro, afirmando que a elevação das tarifas pode aliviar a pressão sobre seus custos de produção, uma vez que metade da fibra óptica consumida no Brasil é importada.

No entanto, as operadoras de telecomunicações não veem a situação com a mesma ótica. Representantes do setor expressaram preocupação com os impactos financeiros da medida, que pode resultar em aumentos nos custos de manutenção e expansão das redes de fibra óptica. Mauricélio Oliveira Júnior, presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), alertou que a elevação das tarifas poderá refletir em aumentos de preços para os consumidores, comprometendo a viabilidade de investimentos no setor.

Eduardo Tude, consultor da Teleco, também prevê um risco de aumento de preços da internet, embora não acredite que isso ocorrerá de imediato. Ele explicou que as empresas podem ter estoques que atenuarão os efeitos da nova tarifa, mas que o verdadeiro impacto será sentido quando as operadoras precisarem reabastecer suas importações.

A decisão do governo gerou um debate sobre a abordagem correta para lidar com a concorrência desleal. Enquanto a Prysmian defende a proteção do mercado local, especialistas sugerem que o foco deveria estar em incentivar a produção nacional para evitar distorções de longo prazo que poderiam afetar negativamente a expansão da conectividade no país. Com a crescente migração das redes de cobre para fibra óptica, a medida do governo pode ser um divisor de águas no futuro da internet no Brasil.

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