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O governo federal anunciou ontem a reversão do bloqueio de R$ 2,9 bilhões do Orçamento, enquanto elevou a projeção de déficit das contas públicas de R$ 9,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões, o que equivale a 0,1% do PIB. A nova estimativa foi enviada ao Congresso no segundo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento deste ano.

Apesar da piora, a projeção ainda está dentro do intervalo de tolerância previsto no arcabouço fiscal, que permite um déficit de até 0,25% do PIB, ou R$ 28,8 bilhões. O desbloqueio do orçamento alivia a pressão sobre os ministérios das Cidades e dos Transportes, que foram os mais impactados pelo corte preventivo realizado em março.

A liberação de recursos foi viabilizada pela criação de um espaço fiscal permanente de R$ 15,8 bilhões em novas despesas. No entanto, as previsões do governo contrastam com as do mercado, que projeta um déficit de 0,70% do PIB para este ano.

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, os dividendos extraordinários da Petrobras, totalizando R$ 13 bilhões, já foram contabilizados no Orçamento. Durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que a economia está no rumo certo e criticou analistas que têm aumentado o tom das críticas.

“O que parece é que tem um fantasminha fazendo a cabeça das pessoas e prejudicando nosso plano de desenvolvimento”, disse Haddad, referindo-se a artigos contrários ao plano do governo. Em um momento tenso, Haddad foi cobrado por deputados bolsonaristas e respondeu com ironia, em estilo similar ao de Flávio Dino quando ministro da Justiça.

Respondendo ao deputado Filipe Martins (PL-PR), Haddad afirmou: “Esse déficit não é nosso. O filho é teu, tem que assumir, tem paternidade aqui. Faz o exame de DNA que você vai saber quem que deu calote”. Quando chamado de “negacionista da economia”, ele rebateu dizendo que sempre defendeu a vacina e a ciência: “A Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, vocês negam que a vacina previne.” A Kim Kataguiri (UB-SP), Haddad aconselhou: “Pare de lacrar na rede!”

De acordo com a Pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem, 55% dos deputados avaliam negativamente a política econômica do governo, enquanto 40% a consideram correta. Além disso, 80% dos deputados não acreditam que o governo conseguirá cumprir a meta de déficit zero em 2024. A avaliação negativa do governo entre os deputados aumentou de 33% em agosto passado para 42%, enquanto a avaliação positiva caiu de 35% para 32%.

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