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Falta de médicos, descredenciamento de hospitais e baixa remuneração por consulta estão entre os principais problemas enfrentados pelos beneficiários do plano estadual de saúde

O Planserv, plano de saúde dos servidores públicos estaduais da Bahia, está no centro de uma crescente onda de críticas e denúncias de desassistência médica. Entre as principais queixas dos usuários estão o descredenciamento de médicos e unidades de saúde, a dificuldade de acesso a consultas e exames e os valores defasados pagos aos profissionais da área.

Em coletiva realizada nesta sexta-feira (3), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) confirmou que o Governo do Estado planeja revisar os valores repassados aos serviços credenciados. A medida, segundo ele, visa atrair mais profissionais de saúde e garantir melhor atendimento aos mais de 500 mil beneficiários.

“O que tem de demanda é a revisão de preços, os valores pagos, para a gente ter uma estabilidade de concorrência adequada”, declarou o governador.


Valor defasado

Atualmente, o valor pago pelo Planserv por consulta médica é de R$ 65, independentemente da especialidade — seja ginecologia, pediatria, infectologia ou cirurgia. Um levantamento do jornal CORREIO mostrou que, após os descontos e impostos, médicos chegam a receber apenas R$ 34 por atendimento.

“Nas melhores condições que um colega atende em uma clínica credenciada, ele fica com R$ 39. Com os impostos, o médico recebe R$ 34. É uma condição que precisa ser revista”, afirmou o vereador Cezar Leite (PL) em pronunciamento na Câmara Municipal de Salvador.

Essa baixa remuneração é apontada por beneficiários e profissionais como um dos principais fatores que explicam o aumento no descredenciamento de clínicas e hospitais, além da redução do número de médicos disponíveis para atendimento.


Denúncias e pressão por mudanças

O grupo ‘Devolvam Meu Planserv’, formado por servidores públicos que denunciam falhas no atendimento, esteve nesta semana na sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para cobrar providências. De acordo com Rosângela Monteiro, uma das líderes do movimento, há expectativa de que um novo processo seja aberto para apurar a situação do plano.

“Conversamos sobre os constrangimentos e a desassistência. A promotora se mostrou interessada em abrir um novo processo, devido à lentidão do atual”, disse Rosângela.

Além disso, os representantes do grupo se reuniram com parlamentares na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Uma reunião com a Comissão de Saúde da casa está sendo articulada para a próxima semana, com a presença de representantes do Planserv e servidores.


Interior em situação crítica

O governador também reconheceu que a situação é ainda mais delicada no interior da Bahia, onde a falta de médicos especialistas dificulta a contratação de serviços.

“Nós sabemos que temos aí meio milhão de pessoas que usam o Planserv. A maior dificuldade nossa são os serviços no interior. Temos dificuldade em contratar especialistas”, afirmou Jerônimo Rodrigues.


Medidas em análise

O Governo do Estado afirmou que novas ações serão anunciadas nos próximos dias, mas ainda não detalhou qual será o reajuste dos valores pagos nem como será estruturado o novo modelo de credenciamento.

Enquanto isso, servidores públicos relatam desamparo e desrespeito, e os protestos contra o que chamam de “sucateamento” do Planserv continuam a ganhar força nas redes sociais e nos órgãos institucionais.

“Queremos ser atendidos com dignidade. Pagamos por um plano e estamos sendo deixados à própria sorte”, desabafou uma servidora durante audiência pública recente na Alba.

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