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O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou Cleydson Cardoso Costa Filho por tentativa de homicídio duplamente qualificado, após ele atropelar o atleta Emerson Silva Pinheiro na orla de Salvador, em 16 de agosto. Mesmo diante da gravidade do caso, a Justiça decidiu revogar a prisão preventiva do acusado — medida contra a qual o MP-BA recorreu nesta terça-feira (16).

Segundo o Ministério Público, Cleydson tem pelo menos três infrações anteriores por excesso de velocidade, o que, na visão da promotoria, reforça sua periculosidade social e o risco de reincidência caso ele permaneça em liberdade.

“Tal circunstância deixa em evidência a periculosidade social e o risco real de reiteração delitiva”, diz o recurso apresentado pelo MP-BA.

Alta velocidade, álcool e dolo eventual

O MP-BA enquadrou a conduta de Cleydson como tentativa de homicídio com dolo eventual, ou seja, quando o agente assume o risco de matar, mesmo sem intenção direta. Conforme a denúncia, ele dirigia sob efeito de álcool, em alta velocidade e de forma temerária, quando perdeu o controle do carro, invadiu a calçada e atropelou Emerson, que praticava corrida na Avenida Otávio Mangabeira.

O impacto causou fraturas múltiplas nos membros inferiores do atleta, que precisou amputar a perna direita. O veículo ainda destruiu um quiosque e estruturas de proteção da orla.

Liberdade sob medidas restritivas

Apesar da gravidade dos fatos, a Justiça revogou a prisão preventiva do réu, impondo uma série de medidas cautelares, entre elas:

  • Comparecimento mensal em juízo para justificar atividades;

  • Proibição de frequentar locais com bebida alcoólica, como bares, restaurantes, boates e praias;

  • Proibição de dirigir qualquer veículo automotor;

  • Recolhimento domiciliar noturno a partir das 19h, além de feriados e finais de semana;

  • Proibição de sair da comarca;

  • Uso de tornozeleira eletrônica.

O MP-BA considera tais medidas insuficientes diante dos riscos envolvidos e reforça que a prisão é necessária para assegurar a aplicação da lei penal, lembrando que Cleydson já tinha histórico de infrações no trânsito.

A vítima

O corredor Emerson Silva Pinheiro, que mantinha rotina de treinos na orla de Salvador, teve a vida drasticamente alterada pelo atropelamento. Além da amputação da perna, enfrenta um longo processo de recuperação física e emocional.

Próximos passos

O processo segue agora em fase de análise do recurso do Ministério Público. Paralelamente, Cleydson Cardoso continua respondendo em liberdade, mas sob vigilância das medidas judiciais impostas. A acusação, se confirmada com base nas qualificadoras e no dolo eventual, pode levar a uma pena significativa em eventual condenação.

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