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Proposta prevê penas mais brandas para condenados por participação nos ataques e endurecimento para mentores do suposto golpe

O Congresso Nacional, em articulação com o Supremo Tribunal Federal (STF), está construindo um projeto de lei que pode neutralizar o movimento pela anistia dos condenados por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma tentativa frustrada de golpe de Estado.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, a proposta está sendo conduzida pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O texto prevê benefícios penais, como a redução de penas, regime semiaberto ou até prisão domiciliar para aqueles que apenas participaram dos atos, sem ligação direta com a organização ou liderança do movimento golpista.

Em contrapartida, a lei endureceria as penas para os considerados idealizadores, financiadores e executores principais da tentativa de golpe, atingindo, inclusive, figuras próximas ao núcleo político bolsonarista. O projeto busca, assim, uma solução política que amenize pressões populares por anistia, preserve a autoridade do STF e evite um embate institucional entre Judiciário e Legislativo.

A proposta também funcionaria como uma estratégia para esvaziar o discurso do bolsonarismo, que tem defendido amplamente a anistia dos envolvidos, usando o tema como bandeira política. Ao oferecer uma saída jurídica alternativa ao perdão irrestrito, o projeto evitaria que o STF fosse forçado a declarar inconstitucional qualquer iniciativa parlamentar que tentasse anistiar crimes contra o Estado Democrático de Direito, o que poderia aprofundar a tensão entre os Poderes.

A medida ainda está em fase de articulação e deverá enfrentar resistência tanto da base bolsonarista quanto de setores mais punitivistas, além de debates jurídicos e políticos intensos sobre os limites da responsabilização e a preservação do regime democrático.

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