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PF aponta movimentação de R$ 44 milhões por Jair Bolsonaro e investiga possível lavagem de dinheiro

Recursos foram distribuídos a Michelle Bolsonaro e filhos; Alexandre de Moraes pode decidir por prisão preventiva do ex-presidente

A Polícia Federal identificou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) movimentou cerca de R$ 44,3 milhões entre março de 2023 e junho de 2025, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A maior parte dos recursos, segundo a PF, foi repassada para Michelle Bolsonaro e os filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro, sem permanência significativa nas contas do ex-presidente. A movimentação financeira é investigada dentro do inquérito que apura suspeitas de coação no caso da tentativa de golpe de Estado. Apesar das irregularidades apontadas, Bolsonaro ainda não foi indiciado por lavagem de dinheiro.

De acordo com o relatório, R$ 20,7 milhões foram movimentados via Pix — R$ 19,3 milhões apenas entre março de 2023 e fevereiro de 2024. O PL, partido do ex-presidente, foi responsável por repassar R$ 1,1 milhão nesse período.

A Polícia Federal identificou que Eduardo Bolsonaro utilizou a conta bancária da esposa, Heloísa Bolsonaro, para ocultar transferências recebidas do pai. Foram sete operações de R$ 111 mil, além de uma oitava de R$ 2 milhões. Segundo a PF, o objetivo era evitar bloqueios judiciais, usando a conta de Heloísa como “conta de passagem”.

Outro dado que chamou atenção dos investigadores foi o padrão de gastos do ex-presidente com a lotérica do irmão, Angelo Bolsonaro, em Eldorado (SP). Entre 2024 e 2025, Jair Bolsonaro fez 113 transferências, totalizando R$ 70 mil — média de R$ 619 por envio —, mesmo período em que movimentava milhões de reais em transferências para familiares.

STF pode decretar prisão preventiva

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aguarda manifestação da defesa de Bolsonaro e da Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta sexta-feira (23). Só após esse prazo será decidido se Bolsonaro continuará em prisão domiciliar ou se a medida será convertida em prisão preventiva. A Polícia Federal já prepara uma cela na Superintendência da PF no Distrito Federal, com estrutura similar à que abrigou o ex-presidente Lula em Curitiba, em 2018.

Em nota, os advogados de Bolsonaro negaram qualquer descumprimento de medidas cautelares. A PF, no entanto, afirma o contrário no relatório entregue ao STF.

Reações políticas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Bolsonaro, voltou a defendê-lo e minimizou as revelações feitas pela PF. Segundo ele, as conversas entre o ex-presidente e Eduardo Bolsonaro não devem ser comentadas: “É uma conversa entre pai e filho, que só interessa aos dois”. Tarcísio reafirmou sua lealdade: “Vou estar sempre do lado dele”.

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou a situação de Bolsonaro durante evento em Sorocaba (SP). Ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Lula retomou uma piada sobre medidas cautelares: “Tem gente que tem tornozeleira, eu tenho meia bonita”, brincou, exibindo meias coloridas ao sair de um carro oficial.

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