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Um detento fugiu, na manhã deste domingo (10), do Presídio de Salvador, localizado na capital baiana. Esta é a quarta evasão registrada no sistema penitenciário da Bahia em apenas oito meses, somando, ao todo, 24 presos foragidos nesse período. A fuga mais recente ocorreu durante uma atividade de manutenção na área perimetral da unidade, na qual o interno estava autorizado a trabalhar como parte do programa de ressocialização.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a fuga foi percebida ainda nas primeiras horas da manhã, o que levou as forças de segurança a iniciarem uma varredura na área de mata que cerca o complexo penal. “O Batalhão de Guardas da Polícia Militar, responsável pela segurança no perímetro, foi acionado e também está empenhado na recaptura”, informou a pasta em nota oficial.

A identidade do fugitivo não foi divulgada, e até o momento, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) não se posicionou sobre a operação de busca ou possíveis falhas no sistema. O espaço segue aberto para manifestação.

A Seap reforçou que atividades laborativas com detentos são comuns no sistema prisional e fazem parte da estratégia de ressocialização. No entanto, o histórico recente de fugas levanta dúvidas sobre os protocolos de segurança adotados nessas iniciativas.

Desde dezembro de 2024, o sistema penitenciário baiano tem acumulado registros de fuga. O episódio mais grave ocorreu no dia 12 daquele mês, quando 16 presos escaparam do Conjunto Penal de Eunápolis. Apenas um foi localizado, e acabou morto em confronto com a polícia. Em junho deste ano, três detentos fugiram do Conjunto Penal de Feira de Santana, sendo recapturados no mesmo dia. Já em julho, quatro internos evadiram do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, aumentando a pressão sobre o sistema.

Para especialistas, a sequência de incidentes evidencia uma crise estrutural nas unidades prisionais da Bahia. O advogado criminalista Vinicius Dantas, mestre em Segurança, Direito Penal e Direitos Humanos pela Universidade de Salamanca, na Espanha, avaliou a situação como resultado do abandono prolongado do sistema prisional.

“O sistema prisional baiano vivencia inúmeros problemas, dentre eles os principais são a deficitária e precária situação das unidades prisionais, assim como o número deficiente de policiais penais e agentes de ressocialização”, afirmou em entrevista anterior ao jornal Correio.

Segundo Dantas, a falta de ação imediata das autoridades pode gerar consequências ainda mais graves. “Não é de hoje que vivemos problemas com o sistema prisional aqui na Bahia. É certo dizer que as autoridades precisam tomar uma atitude urgente, logo não dará para se controlar o caos que vive o sistema prisional”, alertou.

Enquanto isso, mais um detento permanece foragido, e a população assiste apreensiva a mais um capítulo da crise penitenciária na Bahia.

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