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Comitê Nobel premia María Corina Machado por luta democrática na Venezuela e condena retrocessos autoritários no mundo

Em uma decisão com forte tom político, o Comitê Nobel da Noruega anunciou nesta quinta-feira (9) que a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, é a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, por seu “trabalho incansável promovendo os direitos democráticos do povo da Venezuela”.

A escolha da engenheira de 58 anos — fundadora da ONG Súmate e opositora do chavismo desde os tempos de Hugo Chávez — representa uma condenação direta ao regime de Nicolás Maduro, definido pelo Comitê como “brutal e autoritário”, responsável por repressão política, fraudes eleitorais e uma das mais graves crises humanitárias da América Latina.

“A Venezuela passou de uma nação próspera e relativamente democrática para um regime brutal e autoritário. A democracia é uma precondição para uma paz duradoura. Vivemos num mundo onde a democracia está em retrocesso, onde mais e mais regimes autoritários desafiam as regras e recorrem à violência”, declarou o Comitê, em nota oficial.

Voz resiliente da oposição

María Corina Machado tornou-se a principal referência da resistência democrática na Venezuela, unificando diferentes correntes políticas e civis contrárias ao regime chavista. Em 2024, venceu as primárias da oposição para disputar a presidência, mas teve sua candidatura impugnada pela Justiça venezuelana, acusada de estar alinhada ao governo Maduro.

Impedida de concorrer, passou a apoiar Edmundo González, também derrotado em uma eleição marcada por falta de transparência, em que os documentos de votação nunca foram apresentados oficialmente. Após o pleito, María Corina ficou cinco meses sem aparecer em público, sob risco de prisão. Em 2025, chegou a ser detida por algumas horas durante um comício.

Apesar das perseguições, nunca deixou o país e segue como uma das vozes mais ativas da oposição. A premiação reforça seu papel de símbolo da resiliência democrática na América Latina e da resistência pacífica diante de regimes autoritários.

Crítica global ao autoritarismo

A entrega do Nobel à venezuelana extrapola as fronteiras nacionais e envia uma mensagem global sobre o retrocesso democrático. O Comitê Nobel destacou que a escolha também se insere em um contexto internacional alarmante, em que governos autoritários se fortalecem, suprimem liberdades e recorrem à violência para se manter no poder.

A decisão reacende o debate sobre o papel da comunidade internacional diante de governos que minam instituições democráticas, seja por meio de manipulação judicial, perseguição política ou supressão de eleições livres.


Quem é María Corina Machado

  • 58 anos, engenheira industrial

  • Oriunda de uma família ligada ao setor siderúrgico

  • Fundadora da ONG Súmate, de fiscalização eleitoral

  • Opositora histórica de Hugo Chávez e Nicolás Maduro

  • Candidata presidencial impedida em 2024

  • Alvo de perseguições e breves detenções

  • Permanece na Venezuela como liderança ativa da oposição

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