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Os incêndios devastadores que atingiram Portugal e Espanha recentemente foram agravados por condições climáticas extremas que, segundo uma nova análise do grupo científico World Weather Attribution (WWA), ficaram cerca de 40 vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas causadas pela ação humana.

O relatório, divulgado nesta quinta-feira (5), aponta que o calor extremo, o tempo seco e os ventos intensos que alimentaram as chamas são agora cerca de 30% mais intensos do que no período pré-industrial. De acordo com os pesquisadores, ondas de calor que antes eram esperadas uma vez a cada 2.500 anos, agora ocorrem, em média, a cada 13 anos na Península Ibérica — um reflexo direto do aquecimento global.

“Sem as alterações climáticas provocadas pela queima de combustíveis fósseis, as condições meteorológicas que favoreceram esses incêndios seriam incrivelmente raras”, afirma a análise do WWA, uma coalizão internacional de cientistas que estuda a relação entre eventos climáticos extremos e as mudanças no clima.

A Europa tem sido um dos continentes mais afetados pela intensificação de eventos climáticos extremos, com verões cada vez mais quentes e secos. Os cientistas alertam que, caso não haja uma transição urgente para fontes de energia renováveis, essas condições devem se agravar em frequência e intensidade nas próximas décadas.

Além da destruição ambiental, os incêndios deste ano deixaram dezenas de mortos e milhares de pessoas desalojadas em ambos os países. Agricultores perderam colheitas inteiras, florestas foram consumidas pelas chamas, e cidades pequenas enfrentaram evacuações emergenciais diante da rápida propagação do fogo.

O estudo do WWA reforça a urgência de políticas climáticas mais ambiciosas e medidas de adaptação para proteger as populações vulneráveis. “O que estamos vendo não é mais uma previsão, é a realidade”, alertam os pesquisadores.

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