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Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram observar diretamente o polo Sul do Sol, uma das regiões mais enigmáticas da nossa estrela. As imagens foram capturadas pela Solar Orbiter, sonda desenvolvida em parceria pela Agência Espacial Europeia (ESA) e a Nasa, que registrou uma rede caótica de atividade magnética intensa, nunca antes documentada.

A missão, que teve um custo de US$ 1,3 bilhão e foi lançada em 2020, revelou as imagens inéditas feitas em março deste ano, quando a sonda atingiu uma inclinação de 15 graus abaixo do equador solar — um ângulo inédito para esse tipo de observação. A coleta de dados ocorreu em um momento crucial: o Sol está atravessando seu máximo solar, período do ciclo de 11 anos em que ocorrem mais manchas solares, ejeções de massa coronal e uma inversão completa de seus polos magnéticos.

Com essas informações, os cientistas esperam entender com mais precisão como e por que o campo magnético solar se inverte ciclicamente, fenômeno que tem implicações diretas na atividade espacial e na radiação que atinge a Terra. Os polos do Sol — especialmente o polo Sul — são fundamentais para modelar esse comportamento, mas até agora permaneciam fora do alcance de observações diretas.

Segundo os responsáveis pela missão, as imagens revelam uma estrutura extremamente dinâmica e complexa, com filamentos magnéticos entrelaçados que poderão ajudar a refinar modelos sobre o funcionamento interno da estrela. Além disso, os dados podem contribuir para prever com mais precisão eventos solares extremos, como tempestades solares capazes de interferir em satélites, redes de energia e sistemas de comunicação na Terra.

A Solar Orbiter continuará sua trajetória nos próximos anos, realizando novas aproximações ao Sol e aumentando gradualmente sua inclinação para capturar imagens ainda mais detalhadas dos polos solares. Cientistas da ESA e da Nasa consideram essa etapa da missão um divisor de águas na compreensão do clima espacial e da dinâmica do Sol.

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