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Um documento interno da Meta, obtido por veículos internacionais, revelou diretrizes altamente controversas sobre o comportamento de seus chatbots de inteligência artificial presentes no Facebook, WhatsApp e Instagram. O material, com mais de 200 páginas e avalizado pelas áreas jurídica, de engenharia e até pelo diretor de ética da companhia, admitia situações em que os bots poderiam flertar com menores de idade, gerar informações médicas falsas e até produzir conteúdo depreciativo sobre negros, desde que em “contexto específico”.

A revelação provocou forte repercussão global e forçou a empresa a recuar. Após questionamentos da imprensa e de especialistas em ética digital, a Meta declarou que interações românticas entre IA e crianças “nunca deveriam ter sido permitidas” e removeu esse trecho do documento. A empresa também não negou que o material incluía orientações para driblar solicitações de conteúdo sexualizado envolvendo figuras públicas.

As diretrizes lançam luz sobre a falta de consenso ético no desenvolvimento de inteligências artificiais voltadas ao consumo em massa e aumentam a pressão sobre reguladores em todo o mundo, que já discutem leis específicas para o setor.

Enquanto isso, no Brasil, o ambiente digital mostra-se cada vez mais vulnerável. Segundo levantamento do Datafolha encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um em cada três brasileiros sofreu algum golpe virtual com prejuízo financeiro entre julho de 2024 e junho de 2025.

Foram mais de 56 milhões de vítimas, com perdas somadas que ultrapassam os R$ 111,9 bilhões. Os golpes mais comuns envolvem transferências via Pix, boletos falsos, fraudes com cartão de crédito e compras online que nunca chegaram ao consumidor.

O estudo revela ainda que as classes mais altas (A/B) são os principais alvos de ameaças com dados pessoais: 27,6% afirmaram ter sido vítimas, contra 16,4% das classes C/D/E. Já o roubo ou furto de celulares atingiu 15,7 milhões de brasileiros, com prejuízo médio de R$ 1.700 por vítima. O risco de ser vítima de um golpe digital aumenta em 3,7 vezes após o roubo de um smartphone.

Especialistas apontam que a combinação entre a fragilidade da proteção de dados, o avanço de tecnologias como a IA e a crescente digitalização de transações financeiras está criando o cenário ideal para crimes cibernéticos — enquanto gigantes da tecnologia, como a Meta, enfrentam críticas por falhas em seus próprios padrões de segurança e ética.

O momento é considerado decisivo para autoridades, empresas e sociedade civil, que precisam agir rapidamente para equilibrar inovação tecnológica, proteção de direitos fundamentais e segurança digital em escala global.

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