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Em uma resposta estratégica às críticas de Gilberto Kassab, do PSD, e aos baixos índices de popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou a segunda fase de seu terceiro mandato, apresentando uma nova abordagem para seu governo e sua comunicação. A coletiva de imprensa, considerada uma surpresa, contou com o olhar atento do marqueteiro Sidônio Palmeira, agora ministro da Secretaria de Comunicação, que irá supervisionar a nova estratégia de imagem do presidente.

Lula reconheceu as dificuldades de sua gestão, afirmando que a população tem razão nas críticas ao seu governo, e que ainda não entregou as promessas feitas durante a campanha. No entanto, o presidente reafirmou seu apoio ao aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central, destacando a necessidade de prudência diante da instabilidade econômica. Em relação à Selic, que subiu para 13,25%, Lula não demonstrou surpresa e reiterou sua confiança no novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, dizendo que a queda da taxa ocorrerá assim que as condições permitirem.

Ao ser questionado sobre as críticas de Kassab, que sugeriu que Lula perderia se as eleições fossem hoje, o presidente fez graça, destacando que ainda faltam quase dois anos para as urnas. “Olhei o calendário e vi que a eleição é daqui a quase dois anos, então fiquei despreocupado”, brincou Lula, desconstruindo as especulações sobre sua possível derrota.

O mercado financeiro reagiu positivamente à entrevista, com o Ibovespa registrando uma alta de 2,82%, a maior desde maio de 2023, e o dólar fechando em R$ 5,85, o menor valor desde novembro de 2024. A valorização das ações e a queda da moeda americana indicaram uma maior confiança no cenário econômico, apesar das adversidades.

Em relação à política externa, Lula abordou a ameaça de sobretaxação de produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos, sugerindo que, caso a medida seja implementada, o Brasil responderia de maneira semelhante. Contudo, fontes indicam que uma reunião entre Lula e o ex-presidente Donald Trump pode ocorrer em fevereiro, mediada pelo empresário Mário Garnero, que já aproximou líderes brasileiros e norte-americanos em ocasiões anteriores.

Ao longo de uma hora de coletiva, Lula delineou as novas estratégias de comunicação, com foco no contato direto com a população. Essa movimentação, coordenada por Sidônio Palmeira, visa dissipar desconfianças sobre a direção do governo e reforçar o compromisso com a reeleição de 2026. Para muitos analistas, o clima de crise que paira sobre o Planalto e as dificuldades de governar sem entregar resultados concretos a tempo podem afetar a viabilidade de uma nova candidatura.

A reeleição, de fato, foi uma constante preocupação nos bastidores, com muitos avaliando que a gestão de Lula precisa ser radicalmente reposicionada para garantir que o presidente chegue ao final do mandato em condições de disputar uma nova eleição. Em suas palavras, “o governo não tem outra medida fiscal em vista” e a aposta é que a situação melhore gradualmente, a partir de medidas mais focadas e, talvez, da revitalização de sua relação com a população nas ruas.

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