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O ex-ministro José Dirceu (PT) foi identificado como um dos alvos do chamado “Plano Punhal Verde”, plano golpista que previa o assassinato de autoridades com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. A informação veio à tona por meio de fontes ligadas ao inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado, revelando novos detalhes sobre a conspiração liderada por setores militares, entre eles o general da reserva Mario Fernandes.

Além de Dirceu — identificado no plano como “Juca” —, o documento golpista listava como alvos principais o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, chamado de “Jeca”; seu vice, Geraldo Alckmin, referido como “Joca”; e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A escolha de Dirceu como alvo, segundo investigadores, se deu pela percepção de que ele ainda exerceria grande influência política sobre Lula, mesmo fora do governo. Procurado, o ex-ministro preferiu não comentar o caso.

A revelação reacende o alerta sobre a gravidade da trama golpista articulada por setores ligados ao antigo governo, que já está sendo investigada pelo Supremo Tribunal Federal e pela Polícia Federal. A conspiração, que previa ações coordenadas de ruptura institucional, se insere no escopo mais amplo das investigações sobre os atos de 8 de janeiro de 2023 e os preparativos que antecederam a tentativa de subversão democrática.

Em paralelo, a Câmara dos Deputados acompanha com atenção outro desdobramento ligado ao bolsonarismo. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda avalia como responder à decisão da Primeira Turma do STF que, por unanimidade, manteve o andamento do processo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo apurou a colunista Bela Megale, Motta deve aguardar o fim do prazo da votação eletrônica da Primeira Turma, previsto para esta terça-feira, antes de se manifestar oficialmente.

O processo contra Ramagem, que também envolve suspeitas de uso ilegal da estrutura da Abin para fins políticos, representa mais um ponto de tensão entre o Legislativo e o Judiciário, em meio às crescentes revelações de tentativas de minar a ordem democrática. A consolidação das investigações pode ampliar o cerco contra aliados do ex-presidente Bolsonaro e aumentar a pressão sobre lideranças no Congresso.

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