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As exportações brasileiras para os Estados Unidos sofreram uma forte retração em agosto, primeiro mês após a imposição de tarifas de 50% determinadas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), as vendas ao mercado norte-americano caíram 18,5% em comparação ao mesmo período de 2024, totalizando US$ 2,76 bilhões, contra US$ 3,39 bilhões registrados no ano anterior.

A queda atingiu tanto produtos diretamente impactados pelas novas tarifas quanto itens fora da taxação. Entre os principais responsáveis pela retração estão o minério de ferro, o açúcar, a carne bovina e as aeronaves — setores tradicionalmente relevantes na balança comercial bilateral entre Brasil e EUA.

Apesar do impacto direto no comércio com os americanos, o governo federal pondera que parte da diminuição pode ser explicada por uma antecipação de embarques realizada em julho, na tentativa de evitar os efeitos das tarifas.

Ainda assim, o desempenho negativo nos Estados Unidos não comprometeu o resultado geral da balança comercial brasileira. Em agosto, o país registrou um superávit de US$ 6,1 bilhões, sustentado por uma alta de 3,9% nas exportações totais. O crescimento foi puxado principalmente pelas vendas à China, que subiram 31%, ao México (43,8%) e à Argentina (40,3%).

A diversificação de destinos e o aumento da demanda em países latino-americanos e asiáticos têm sido apontados como fatores que vêm amortecendo os efeitos das tensões comerciais com os EUA. Ainda assim, analistas alertam que uma redução prolongada nas exportações para o mercado norte-americano pode impactar setores estratégicos da indústria brasileira, sobretudo os voltados à tecnologia e à produção de bens de alto valor agregado.

O governo brasileiro acompanha a situação com cautela e deve intensificar a busca por acordos comerciais e diplomáticos para tentar reverter ou mitigar os efeitos das medidas protecionistas impostas pela atual administração norte-americana.

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