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Plataforma da Microsoft exibiu ao menos 87 anúncios com conteúdo político, violando normas do TSE e sua própria política de proibição de publicidade eleitoral.

Enquanto as atenções se voltavam para gigantes como Meta e Google nas discussões sobre o cumprimento das regras eleitorais durante as eleições brasileiras de 2024, um novo estudo revela que o LinkedIn também violou as normas estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A plataforma, pertencente à Microsoft, exibiu ao menos 87 anúncios com conteúdo político-eleitoral durante o pleito, apesar de afirmar publicamente que proíbe esse tipo de publicidade.

A denúncia foi feita pelo Netlab, laboratório de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) especializado em desinformação e plataformas digitais. Segundo os pesquisadores, a infração não se limita ao descumprimento de diretrizes internas da empresa, mas envolve também problemas jurídicos sérios.

De acordo com a resolução eleitoral brasileira, plataformas que desejam exibir anúncios políticos devem informar previamente o TSE e garantir transparência quanto ao financiamento, segmentação e alcance das campanhas. Ao omitir essa comunicação, o LinkedIn burlou a legislação eleitoral e dificultou o trabalho de fiscalização por parte das autoridades e da sociedade civil.

“É um caso grave porque envolve uma plataforma que tradicionalmente escapa do escrutínio público em comparação com outras redes sociais”, explica a coordenadora do Netlab, Marie Santini. Segundo ela, o estudo reforça a necessidade de ampliar a vigilância sobre todas as plataformas digitais, não apenas as mais populares.

O levantamento identificou que os anúncios políticos no LinkedIn foram direcionados a públicos específicos e continham mensagens relacionadas a candidaturas, partidos ou temas sensíveis do debate eleitoral. O caso acende um alerta sobre a atuação de empresas de tecnologia nas democracias, especialmente diante da crescente influência das redes sociais no comportamento político dos usuários.

Procurado, o LinkedIn ainda não se pronunciou sobre os resultados do estudo. Já o TSE informou que os dados serão analisados e poderão subsidiar ações corretivas ou sanções, caso sejam confirmadas as violações.

A descoberta amplia o debate sobre a responsabilidade das plataformas nas eleições e sobre a necessidade de regras mais claras e mecanismos eficazes de fiscalização, especialmente diante do ciclo eleitoral de 2026.

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