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O já ruidoso rompimento entre o bilionário Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou um novo e significativo capítulo neste fim de semana. O dono da Tesla e da SpaceX anunciou que pretende fundar um novo partido político nos EUA, país onde também possui cidadania, com o objetivo de disputar cadeiras no Congresso nas próximas eleições.

A decisão foi motivada, segundo fontes próximas a Musk, pelo descontentamento com o pacote tributário aprovado pelo Congresso na semana passada, com apoio decisivo do governo Trump. A medida teria impacto direto sobre grandes corporações tecnológicas e bilionários do setor, o que acirrou ainda mais os ânimos entre os dois — que, até pouco tempo atrás, mantinham uma relação de proximidade e apoio mútuo.

Disputa política acirrada

O plano de Musk é investir pesadamente na nova legenda, ainda sem nome oficial, com foco em eleger representantes para a Câmara e o Senado. Embora não tenha declarado interesse pessoal em concorrer a um cargo público, o empresário espera influenciar diretamente a pauta legislativa e frear propostas do governo Trump que, segundo ele, são “nocivas para a inovação e a liberdade empresarial”.

A resposta do governo veio em tom duro. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, criticou publicamente Musk: “Ele deveria ficar fora da política. As pesquisas mostram que o presidente é popular. Musk, não”, disse em entrevista a uma emissora local.

De aliados a adversários

O rompimento marca uma reviravolta no relacionamento entre os dois bilionários. Musk já havia demonstrado apoio a Trump em temas como desregulamentação e liberdade de expressão nas redes sociais. No entanto, divergências sobre impostos, política ambiental e regulação de inteligência artificial foram afastando os dois ao longo dos últimos meses.

Além do embate ideológico, analistas avaliam que Musk busca ampliar sua influência política direta, sobretudo diante de propostas do governo que afetam seu império empresarial. A fundação de um novo partido coloca o magnata em rota de colisão com os dois principais polos da política americana — os republicanos de Trump e os democratas do presidente anterior, Joe Biden.

Impactos e incertezas

Ainda é cedo para avaliar o impacto real da nova legenda, mas especialistas indicam que, caso consiga eleger parlamentares, Musk pode se tornar uma força de desestabilização no Congresso, especialmente se o cenário legislativo continuar apertado.

O movimento também levanta questões sobre o papel de bilionários na política e o avanço de forças alternativas fora do eixo bipartidário tradicional dos Estados Unidos.

Em meio às incertezas, uma coisa é clara: a entrada formal de Elon Musk na política americana promete sacudir ainda mais um cenário já marcado por polarização e disputas intensas.

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