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A segunda-feira foi movimentada para Donald Trump, que já estava no centro das atenções desde o atentado do qual escapou no sábado. Além de ver encerrado um dos processos mais sérios contra ele, teve sua candidatura formalizada logo no primeiro dia da convenção do Partido Republicano e ainda anunciou seu companheiro de chapa, um senador jovem, popular e ideologicamente alinhado com ele. Trump usou sua própria rede social, a Truth Social, para anunciar que seu vice será J.D. Vance.

Aos 39 anos e em seu primeiro mandato no Senado, Vance já era conhecido como advogado de empresas e investidor no ramo de tecnologia. Ele se tornou uma celebridade em 2016 com a autobiografia “Hillbilly Elegy” (lançada no Brasil com o título “Era Uma Vez Um Sonho”), onde narra a infância e a adolescência no Rust Belt, os hoje decadentes estados industriais dos EUA. Como muitos colegas de partido, Vance foi crítico a Trump em 2016, mas rapidamente aderiu ao governo e contou com o apoio do presidente para conquistar a cadeira no Senado em 2020.

Trump anuncia J.D. Vance como vice de chapa

J.D., como também é chamado, não era a primeira opção de Trump. Ele imaginava que Doug Burgum, até recentemente o governador amplamente desconhecido da Dakota do Norte, seria o vice ideal porque nunca ameaçaria ofuscá-lo. No entanto, Trump foi convencido por seus filhos Donald Jr. e Eric a mudar de ideia. Trump ligou para Vance com a notícia vinte minutos antes de anunciá-la em sua rede social.

Reações e Novas Direções

A reação dos democratas foi imediata. Perguntado por repórteres sobre o que achava da escolha, Joe Biden disse que Vance é um “clone de Trump”. Aliados do presidente o chamaram de “extremista” pela sua tentativa de culpar o discurso dos democratas pelo atentado na Pensilvânia. Por outro lado, Kamala Harris ligou para Vance e o parabenizou. Há um convite da CBS, já aceito por ela, para um debate entre os vices no dia 13 de agosto.

Mas as boas notícias para o ex-presidente começaram cedo. A juíza federal Aileen Cannon, nomeada por ele na Flórida, anulou o processo a que ele respondia por ter retirado da Casa Branca documentos confidenciais ao fim de seu mandato. Na decisão, Cannon argumentou que a nomeação do procurador especial que abriu a investigação, Jack Smith, teria violado a Constituição por ele não ter sido indicado ao cargo pelo presidente nem confirmado pelo Senado. A tese vai contra jurisprudências estabelecidas desde os anos 1970, e essa não é a primeira decisão controversa da juíza em favor do republicano. Haverá recurso.

Mudança de Tom na Campanha

Trump falou pela primeira vez sobre o atentado em entrevista a dois jornais conservadores durante a viagem para Milwaukee, no Wisconsin, onde acontece a convenção republicana. Ele ensaiou uma nova postura, dizendo que “deveria estar morto” e que isso não aconteceu por milagre. Revelou a intenção de baixar o tom agressivo da campanha em seu discurso no encerramento da convenção, na quinta-feira. “Eu tinha preparado um discurso brutal a respeito da administração corrupta e horrível de Joe Biden”, disse. “Mas o joguei fora.”

Ele pretende “unir o país” em sua nova fala, mas admite não saber se isso é possível, pois “as pessoas estão muito divididas”. Trump elogiou o telefonema que recebeu do presidente, dizendo que a conversa foi “ótima” e que o democrata foi “muito gentil”.

A expectativa agora é que a escolha de J.D. Vance como vice, juntamente com a recente decisão judicial, traga um novo ímpeto à campanha de Trump enquanto ele busca consolidar apoio dentro do Partido Republicano e se preparar para a corrida presidencial de 2024.

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