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O portal 02 de julho me deu uma missão: acompanhar o Carnaval de Salvador e mostrar por que ele é considerado por tanta gente o melhor do mundo!

Descrever a energia do Carnaval de Salvador, sem parecer clubista, é quase impossível. Na rua, a mistura de ritmos, blocos, a diversidade de atrações musicais, pessoas de todas as idades, lugares, gêneros, sexualidades, seja na pipoca ou nos camarotes, faz com que o Carnaval de Salvador, assim como seu povo, seja único.

No meu primeiro dia de cobertura, que também marcou a abertura oficial do Carnaval de Salvador (27/02), estive no circuito Dodô, mais conhecido como Barra-Ondina. Nem a chuva forte, que insistiu em cair nesta quinta-feira, afastou a alegria dos foliões que marcaram presença na Avenida.

Experiência na Avenida na Abertura Oficial

Para quem é veterano de Carnaval e formado em baianidades, se preparar para um dia/noite de avenida é um ritual. Doleira por dentro da roupa, dinheiro em espécie espalhado pelo corpo, nada de valor nas pochetes e nada que possa cair ou quebrar no meio da muvuca. Apesar de ter inovado neste ano e colocado um cadeado com senha na minha bag, antes mesmo de chegar até o circuito, já havia sido alertada pelo motorista de aplicativo que me levou até o destino: “não vacile com o celular”.

Assim que desci no ponto de encontro marcado e vi o “mar de gente” tão característico dos nossos carnavais, pensei, senti e vivi: É CARNAVAL!

A energia coletiva e o ritmo frenético da festa invadiram meu corpo. Em pouco tempo, já tinha feito amizade com pessoas desconhecidas, visto a galera abrir espacate no meio da multidão, dançado na chuva, chorado desconto no combo da cerveja, achando que ia morrer pisoteada, pensado 5x por que tinha inventado de ir para essa bagunça, e agradecendo outras 5x por ser baiana.

A chuva não perdoou e teimou a cair, mas poucas pessoas se deixaram levar por isso. Na avenida, Daniela Mercury, Thiago Aquino, Papazoni, Cheiro de Amor e Ludmilla foram algumas das atrações que eletrizaram a multidão.

Gostaria de destacar, entretanto, o Fervo da Lud, que, apesar de ser uma verdadeira maratona – já que o motorista do trio elétrico acredita ser piloto de Fórmula 1 –, promoveu um espaço marcado pela diversidade. A “mãe das lésbicas”, como se autointitulou no final do percurso, conseguiu reunir o maior número de LGBTQIAPN+ por metro quadrado no Barra-Ondina, e nós amamos. A cantora convidou O Kannalha, que a acompanhou por boa parte do circuito.

Falando de estrutura, como nos outros anos, uma grande quantidade de banheiros químicos foi instalada pelo percurso, com destaque para a implantação de estruturas de banheiros climatizados e (mais) limpos próximos aos Shopping Barra e no Morro do Gato. Em relação à segurança, pude presenciar a ronda constante da Polícia – que sempre consegue ‘fazer mágica’ abrindo passagem no meio da multidão.

Como é de conhecimento geral, para quem não está hospedado próximo ao circuito, a luta para ir embora é grande. Foram disponibilizadas algumas linhas de ônibus gratuitas durante o período dos festejos, também foram ampliados os horários de funcionamento do metrô, o que tem ajudado muitas pessoas a não ficarem reféns dos altos preços que geralmente são cobrados nos transportes por aplicativos.

No fim, sobrevivi ao primeiro dia e a primeira cobertura no Barra-Ondina, sã, inteira e com todos os pertences (eu acho). É sempre a mesma coisa: prometi que nunca mais eu ia, e amanhã tô lá de novo.

A cada batida do tambor, um arrepio. A cada música cantada em coro por milhares de pessoas, a vontade de que essa fantasia seja eterna. O Carnaval de Salvador oficialmente começou e, neste ano, comemorando os 40 anos de Axé. Continuo acompanhando e trazendo o melhor dos mundos para vocês! Nos vemos na Avenida!

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