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Em meio a sinais de distensão no campo econômico, as relações políticas entre Brasil e Estados Unidos voltaram a se tensionar nesta quinta-feira. Darren Beattie, ex-subsecretário de Donald Trump e figura influente no bolsonarismo norte-americano, publicou duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes — considerado o principal alvo dos setores ultraconservadores ligados a Trump.

Em postagem no X (antigo Twitter), Beattie afirmou que Moraes é o “coração pulsante do complexo de perseguição e censura a Jair Bolsonaro”, intensificando a retórica de interferência externa nos assuntos internos do Brasil. O que chamou ainda mais atenção foi o fato de a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil ter traduzido e republicado a mensagem, gesto que soou como endosso e gerou forte reação nos bastidores do governo brasileiro.

A publicação de Beattie ocorreu no mesmo dia em que Alexandre de Moraes decidiu não decretar a prisão de Jair Bolsonaro, embora tenha reforçado o alerta: se o ex-presidente descumprir novamente as medidas cautelares impostas pelo STF, será encarcerado. Moraes acatou os argumentos da defesa de Bolsonaro, que alegou desconhecer a proibição de conceder entrevistas públicas — medida imposta como parte das investigações sobre sua tentativa de minar o sistema eleitoral brasileiro.

A repercussão do episódio agravou o ambiente político entre os dois países, justamente em um momento em que o vice-presidente Geraldo Alckmin vem tentando construir pontes comerciais com Washington, inclusive com negociações sobre um possível acordo de bitributação.

Nos bastidores do Palácio do Planalto, a republicação da crítica ao ministro Moraes pela embaixada americana foi recebida como uma grave quebra de protocolo diplomático. Integrantes do governo afirmam que o Itamaraty estuda formalizar uma nota de repúdio ao ato, e há expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aborde o tema publicamente nos próximos dias.

Enquanto isso, o discurso de perseguição contra Bolsonaro continua sendo ecoado por figuras ligadas à extrema direita internacional, alimentando narrativas de censura e “ditadura judicial” no Brasil — uma linha que ressoa com a base bolsonarista e os aliados de Trump nos Estados Unidos.

Com o cenário político cada vez mais polarizado, o governo brasileiro se vê diante do desafio de manter uma linha firme na defesa das instituições democráticas, sem romper completamente os canais de diálogo com a maior potência econômica do mundo.

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