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A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se viu em uma polêmica com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após ele afirmar que o partido continua na “zona de rebaixamento” nas eleições municipais. A declaração veio após o PT conquistar apenas uma capital, Fortaleza, e 252 prefeituras em todo o país, números que, apesar de melhores em relação a 2020, colocaram o partido em nono lugar em número de prefeitos eleitos.

Durante uma coletiva de imprensa, Padilha comentou: “O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas na minha avaliação não saiu ainda do Z4 [zona de rebaixamento] que entrou em 2016 nas eleições municipais.” A declaração gerou uma resposta rápida de Gleisi, que em suas redes sociais afirmou: “Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema-direita.”

Gleisi criticou a forma como Padilha se referiu ao partido, sugerindo que o ministro deveria focar em suas responsabilidades nas articulações políticas do governo, que impactaram os resultados eleitorais. Ela destacou o histórico de luta do PT em prol de Lula e seu governo, ressaltando que “mais respeito” seria apropriado.

Na reunião da Executiva Nacional do PT, Gleisi apresentou um compilado dos resultados eleitorais, tentando acalmar os ânimos internos. Apesar do avanço em algumas áreas, como o aumento de vice-prefeitos e vereadores, o clima de tensão não foi dissipado, com muitos membros questionando as alianças formadas e a necessidade de reconexão com as bases.

Um dos pontos críticos levantados na reunião foi a percepção de que das 69 prefeituras conquistadas a mais, 41 são em cidades pequenas, levando a insatisfações sobre a estratégia do partido. O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, foi incisivo ao afirmar que a estratégia para a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo foi “completamente errada”, o que acirrou ainda mais o debate interno.

Apesar de ambos pertencerem à mesma corrente de Lula, intitulada “Construindo um Novo Brasil”, as disputas entre Gleisi e Padilha sobre os rumos do PT permanecem acirradas, evidenciando as divisões internas que o partido enfrenta em um cenário político em constante mudança.

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