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O confronto entre Israel e Irã entrou nesta segunda-feira (quarto dia de hostilidades) em uma nova fase de tensão, com ataques mortais de ambos os lados e envolvimento crescente da diplomacia internacional. No centro das atenções está o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem sendo pressionado por aliados do G7 a intervir de forma mais decisiva no conflito.

Apesar de manter o discurso público favorável a um acordo entre Israel e Irã, Trump teria vetado um plano israelense para assassinar o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. Segundo fontes da Casa Branca, o republicano argumentou que a eliminação do líder religioso causaria uma escalada irreversível na região. Em vez disso, sugeriu que os ataques israelenses se concentrassem exclusivamente em alvos militares e nas instalações do programa nuclear iraniano.

A ofensiva inicial de Israel contra Teerã já resultou na morte de altos oficiais iranianos, incluindo os dois principais líderes das Forças Armadas e o chefe da Guarda Revolucionária, Mohammad Kazemi. De acordo com o Ministério da Saúde iraniano, os bombardeios já deixaram 224 mortos no país. Do lado israelense, oito civis morreram na manhã desta segunda-feira após novos ataques iranianos. Outros 92 ficaram feridos. Um míssil disparado do Iêmen também foi detectado pelas forças de defesa de Israel, ampliando o temor de um alastramento regional do conflito.

Em meio ao recrudescimento da violência, a embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv foi atingida, embora sem grandes danos. O governo israelense, por sua vez, não confirmou nem negou o plano frustrado de assassinato do aiatolá. Questionado por jornalistas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou apenas: “Vamos fazer o que tivermos que fazer”.

No campo diplomático, líderes europeus reunidos no encontro do G7, no Canadá, tentam pressionar Trump a usar sua influência sobre Netanyahu para promover um cessar-fogo. A resposta do ex-presidente americano, até agora, tem sido manter a aposta em um “acordo de paz iminente”, o que vem sendo encarado com ceticismo por seus pares.

Enquanto isso, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reafirmou nesta manhã que o Irã não busca desenvolver armas nucleares, defendendo o direito do país à pesquisa e ao uso pacífico da energia atômica. Pezeshkian também disse que Teerã não iniciou a guerra e que continua comprometido com o decreto religioso de Khamenei que proíbe o uso de armas de destruição em massa.

Diante do agravamento da situação, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve realizar ainda hoje uma sessão emergencial, convocada pelo Irã e apoiada por países como Rússia, China e Venezuela, para discutir os riscos aos complexos nucleares iranianos.

Em análise publicada no New York Times, o jornalista Steven Erlanger destacou que Netanyahu considera inaceitável qualquer acordo que permita ao Irã continuar enriquecendo urânio. Segundo ele, o líder israelense vê a destruição do programa nuclear iraniano como vital — mas esse objetivo dificilmente será alcançado sem o envolvimento direto dos Estados Unidos, algo que Trump tem evitado até aqui.

Jerônimo lança nova edição da Revista Nova Bahia, nesta terça (17)

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