0

Relatório Revela Que Recursos de Segurança Infantil no Instagram São Ineficazes ou Inexistentes

Um relatório divulgado nesta quinta-feira por grupos de defesa da segurança infantil, com apoio de pesquisadores da Northeastern University, lança sérias dúvidas sobre a eficácia das medidas de proteção implementadas pela Meta no Instagram para usuários jovens. O documento analisou 47 recursos anunciados pela empresa ao longo dos anos como mecanismos de segurança para menores de idade e concluiu que apenas oito deles funcionam de forma totalmente eficaz.

Segundo o relatório, os demais recursos apresentam falhas graves, já não estão disponíveis na plataforma ou são “substancialmente ineficazes”. Os autores alertam que a ausência de salvaguardas robustas expõe crianças e adolescentes a riscos como assédio, exposição a conteúdo impróprio e aliciamento online.

“Apesar dos repetidos compromissos públicos da Meta com a segurança infantil, muitos dos mecanismos anunciados não resistem a testes básicos de eficácia”, afirmou um dos coordenadores do estudo, que também destacou a urgência de regulamentação mais rígida para plataformas digitais voltadas a públicos vulneráveis.

A Meta reagiu rapidamente às conclusões do relatório, classificando-as como “errôneas e enganosas”. A empresa argumenta que investe constantemente em ferramentas de proteção e que muitas das medidas analisadas pelos pesquisadores foram mal interpretadas ou testadas fora do contexto adequado. Em nota, a companhia declarou que continua “comprometida com a criação de experiências online seguras e apropriadas para adolescentes”.

Debate sobre responsabilidade das big techs

O estudo intensifica o debate global sobre a responsabilidade das gigantes da tecnologia na proteção de menores de idade em ambientes digitais. Nos Estados Unidos e na Europa, parlamentares já pressionam empresas como a Meta, Google e TikTok a implementarem padrões mais rígidos de verificação de idade, controle de conteúdo e limitação de interações entre adultos e menores.

Organizações da sociedade civil denunciam que, apesar das promessas feitas pelas plataformas, a prática demonstra negligência sistemática com a segurança de jovens usuários — um comportamento que, segundo críticos, visa proteger modelos de negócios baseados em engajamento e coleta de dados, mesmo em detrimento da proteção infantil.

Chamado à regulação

Diante das evidências, os grupos responsáveis pelo relatório pedem ações legislativas urgentes. Eles defendem leis que obriguem empresas a realizar auditorias independentes de seus recursos de segurança e que imponham penalidades severas em casos de descumprimento.

O episódio coloca ainda mais pressão sobre a Meta, que já enfrenta múltiplas investigações nos EUA e na União Europeia por práticas consideradas prejudiciais a adolescentes em suas plataformas. Em meio a crescentes apelos por maior transparência e responsabilização, a empresa terá que responder não apenas às críticas públicas, mas possivelmente a novos desafios legais e regulatórios nos próximos meses.

Microsoft Suspende Acesso do Ministério da Defesa de Israel Após Denúncias de Espionagem em Gaza

Artigo anterior

Brasil Tem 4,2 Milhões de Alunos com Atraso Escolar e 1/3 dos Municípios Não Paga Piso a Professores

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Notícias