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Em nova ofensiva contra instituições internacionais de saúde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta semana que o uso de Tylenol durante a gravidez pode estar associado ao desenvolvimento de autismo em crianças. Ao lado do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., Trump afirmou que o FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA) emitirá novas orientações para médicos, recomendando que gestantes limitem o uso do medicamento “a menos que seja clinicamente necessário”.

“Eles recomendam fortemente que as mulheres limitem o uso de Tylenol durante a gravidez. Precisamos agir com responsabilidade”, declarou o presidente.

Além disso, Trump voltou a levantar questionamentos infundados sobre a vacinação infantil, alegando — de forma equivocada — que “bebês recebem até 80 doses de vacinas de uma só vez”, e relacionou a prática ao aumento de casos de autismo. A declaração causou forte reação da comunidade científica internacional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeitou imediatamente as alegações. Em nota, o porta-voz da entidade, Tarik Jasarevic, foi direto: “Vacinas não causam autismo. Não há nenhuma evidência científica que estabeleça vínculo entre o uso de paracetamol (como o Tylenol) durante a gravidez e a síndrome do espectro autista.”

As tensões entre Trump e a OMS se intensificaram nos últimos anos. No início de 2025, o presidente oficializou o rompimento das relações dos Estados Unidos com a organização, acusando-a de “parcialidade pró-China” e de ter falhado no enfrentamento da pandemia de covid-19 — acusações que também marcaram seu primeiro mandato.

Durante a pandemia, Trump foi duramente criticado por ignorar recomendações da OMS e promover desinformação, mesmo quando os Estados Unidos lideravam o ranking global de casos e mortes pela doença.

As novas falas do presidente acendem o alerta entre especialistas em saúde pública e reacendem o debate sobre a responsabilidade de líderes políticos na disseminação de informações falsas, especialmente em temas sensíveis como gravidez, vacinas e saúde infantil. Até o momento, o FDA não se pronunciou oficialmente sobre as declarações.

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