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Nos últimos dias, a Síria foi palco de uma escalada brutal de violência, com homens armados leais ao atual governo, sob a liderança de Ahmad al Sharaa, executando uma série de ataques violentos contra remanescentes do regime de Bashar al-Assad. A repressão, que ocorre principalmente no noroeste do país, é descrita por testemunhas como uma tentativa de “purificar” a nação, com execuções em massa e ataques indiscriminados contra civis.

O surto de violência mais grave desde a deposição de Assad teve início na última quinta-feira, após emboscadas perpetradas por combatentes leais ao antigo regime de Assad contra forças de segurança em Jableh, uma cidade na província costeira de Latakia. Esse ataque desencadeou uma onda de represálias violentas, com ataques direcionados a civis da minoria alauita, grupo ao qual o ex-presidente Bashar al-Assad pertence.

No domingo, novos confrontos eclodiram em Banias, também na província de Latakia, quando forças de segurança foram atacadas por partidários de Assad em uma usina de energia. Relatos indicam que mais de mil pessoas, a maioria civis, perderam a vida em uma série de ataques brutais, muitos dos quais foram descritos por moradores como um “entretenimento” sangrento para os agressores. “Homens armados iam de casa em casa atacando pessoas, aqueles que não conseguiam escapar eram mortos”, relatou Bashir, um morador local.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou veementemente os ataques, chamando os relatos de assassinatos de famílias inteiras no noroeste da Síria de “extremamente perturbadores”. Volker Türk, comissário da ONU para Direitos Humanos, pediu uma investigação urgente e a responsabilização dos responsáveis pelos crimes. “A matança de civis em áreas costeiras no noroeste da Síria deve cessar imediatamente”, declarou Türk.

Em resposta, Ahmad al Sharaa, o líder sírio que liderou o grupo rebelde responsável pela deposição de Bashar al-Assad, emitiu um discurso transmitido pela TV nacional. Al Sharaa acusou os partidários de Assad e “potências estrangeiras” de fomentarem a instabilidade no país e prometeu caçar os responsáveis pelos crimes.

Diante do agravamento da situação, os Estados Unidos e a Rússia solicitaram uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU, marcada para hoje, para discutir as repercussões dos ataques e os próximos passos para a pacificação da região. A comunidade internacional continua a acompanhar com preocupação os desdobramentos desta nova onda de violência que ameaça desestabilizar ainda mais a já fragilizada Síria.

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