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Dois momentos distintos simbolizam o crescente distanciamento do governador Jerônimo Rodrigues (PT) da popularidade nas ruas, conforme mostram as recentes pesquisas de opinião. No primeiro episódio, o governador, ao passar pela região dos Mares, foi visto caminhando sozinho, sem aliados nem populares para dar apoio, o que refletiu sua atual desconexão com a base popular. No segundo, ao ser avistado por dois amigos na Avenida Dendezeiros, um deles não hesitou em criticar o petista em alto e bom som: “Vamos adiantar que ali vai o pior governador da história da Bahia, não podemos sair na foto”. Jerônimo seguiu o trajeto praticamente sem aliados políticos ao lado, dando mais combustível à crítica de sua baixa popularidade.

A situação política de Jerônimo também se reflete em outros movimentos dentro de sua base. Em Lauro de Freitas, um sindicalista ligado à área da educação tem demonstrado forte oposição à prefeita Débora Régis (União Brasil), cobrando a quitação dos salários de dezembro deixados pela ex-prefeita Moema Gramacho (PT). O estranho é que esse sindicalista nunca demonstrou o mesmo nível de mobilização contra Moema, que deixou a prefeitura com a folha salarial em aberto, mas que recebeu uma grande rescisão contratual ao fim de sua gestão.

Enquanto isso, o PSD começa a se organizar para as eleições de 2026, com o objetivo de promover a deputada estadual Ivana Bastos para a Câmara Federal. A movimentação tem o apoio do senador Otto Alencar, que também pretende lançar a prefeita de Lençóis, Vanessa Senna, para uma vaga na Assembleia Legislativa. Essa movimentação reflete a estratégia do partido para consolidar suas bases e aumentar sua representatividade.

No cenário político baiano, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) se anima com uma declaração do senador Jaques Wagner (PT), que o incluiu como possível integrante da chapa majoritária em 2026. Contudo, fontes no governo indicam que Jerônimo tem demonstrado incômodo com as frequentes falas de Wagner sobre a composição da chapa para as próximas eleições. Para o governador, as declarações de Wagner estão criando instabilidade política, especialmente em relação à disputa pela presidência da Assembleia Legislativa e à postura de aliados como o senador Angelo Coronel (PSD), que pode deixar a base de Jerônimo.

Os desentendimentos entre aliados também têm se refletido em disputas dentro do Consórcio Territorial do Recôncavo (CTR), onde prefeitos do PSD manifestaram insatisfação com as movimentações da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), comandada pelo secretário Adolpho Loyola. Apesar de serem maioria na região, os prefeitos não conseguiram eleger a prefeita Renata Suely (PSD) para a presidência do consórcio, enfrentando a vitória do prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos).

A bancada do PT na Assembleia Legislativa segue defendendo o controle do Legislativo, com a candidatura do deputado Rosemberg Pinto (PT) à 1ª vice-presidência da Casa, uma estratégia que visa garantir a hegemonia do partido também no Poder Legislativo. Contudo, a tentativa de impor essa liderança pode ser barrada pela candidatura de Angelo Coronel Filho (PSD), que tem ganhado força dentro da base governista, gerando um cenário de disputa interna que pode fragilizar ainda mais a relação entre o PT e o PSD.

A relação entre os partidos continua se deteriorando, com episódios como a separação de blocos na Lavagem do Bonfim, onde o senador Coronel formou seu próprio grupo e se afastou do bloco oficial do governo. Jerônimo, ao comentar a atitude de Coronel, não poupou críticas, enfatizando que o mandato do senador é “nosso”, em alusão à sua eleição com o apoio do governo petista.

Por fim, o nome de André Ferrero para a Secretaria da Comunicação do Estado (Secom) perdeu força, e agora Flávio Gonçalves, diretor-geral do Irdeb, surge como o favorito para ocupar o cargo. A decisão deve ser tomada até fevereiro, refletindo as movimentações internas dentro do governo.

A política baiana segue dinâmica, com tensões internas entre aliados e uma série de movimentações estratégicas para 2026, em um cenário marcado por disputas de poder e fragilidades no comando do governo de Jerônimo Rodrigues.

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