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Na madrugada desta segunda-feira, o governo de Nicolás Maduro surpreendeu ao anunciar sua vitória em um pleito marcado por controvérsias e alegações de fraude. A pesquisa de boca de urna, conduzida pelo Edison Research a pedido do Wall Street Journal, previa uma derrota esmagadora para Maduro, apontando que o ex-embaixador Edmundo González Urrutia venceria com 64% dos votos, enquanto Maduro obteria apenas 31%.

O resultado oficial, no entanto, foi anunciado pelo chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, um aliado próximo de Maduro. Amoroso afirmou que, com 80% dos votos apurados, Maduro liderava com 51,2% dos votos, enquanto González tinha 44,2%. A vitória de Maduro gerou imediata controvérsia e foi prontamente contestada pela oposição, que acusa o governo de manipulação e falta de transparência.

María Corina Machado, líder da oposição que foi impedida de concorrer, declarou em coletiva de imprensa: “Estamos orgulhosos do que fizemos. Vamos lutar pela verdade para que prevaleça o respeito à soberania do povo venezuelano.” A oposição, unida em torno de González, promete contestar os resultados e criticou a administração por suposta fraude generalizada na contagem dos votos.

As eleições contaram com a participação de 21 milhões de eleitores distribuídos em 30 mil mesas de votação. O comparecimento foi alto, resultando em filas extensas e uma extensão de até três horas no horário de votação em várias zonas eleitorais. Denúncias da oposição incluem a paralisação da transmissão de dados por parte do CNE e a obstrução na obtenção dos boletins de urna.

Durante a votação, forças de segurança do governo e coletivos chavistas foram vistos patrulhando as ruas, enquanto opositores aguardavam na porta dos centros de votação. Há registros de violência em San Antonio del Táchira e Guásimos, incluindo alegações de um possível assassinato por disparos de coletivos chavistas. Vídeos nas redes sociais mostraram confrontos entre militares e cidadãos em várias localidades.

Antes da divulgação oficial dos resultados, Edmundo González já havia proclamado a vitória em sua conta no X (antigo Twitter), afirmando que “os resultados são inocultáveis” e que “o país escolheu uma mudança em paz”. As pesquisas pré-eleitorais, que indicavam uma vantagem de 20 a 35 pontos percentuais para González, não puderam ser divulgadas dentro da Venezuela, aumentando as especulações sobre a legitimidade do processo eleitoral.

Daniel Lozano comentou que, mesmo em bastiões chavistas como o bairro 23 de Janeiro, onde Hugo Chávez costumava votar, González superou Maduro. “Mais uma vez, o chavismo construiu sua própria realidade a sangue e fogo, determinado a desconsiderar a vontade do povo. Diversos porta-vozes chavistas já haviam garantido, antes mesmo do anúncio oficial, que Maduro confirmaria seu terceiro mandato.”

A situação na Venezuela permanece tensa e incerta, com a oposição intensificando seus esforços para contestar o resultado e garantir a transparência e integridade do processo eleitoral.

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