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O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, mantinha uma lista atualizada de procuradores que atuaram contra medidas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O arquivo, encontrado nos dispositivos de Ramagem pela Polícia Federal (PF), faz parte da investigação sobre o esquema de espionagem ilegal conhecido como “Abin paralela”. A revelação foi feita pelo jornal O Globo e confirmada pela CNN.

De acordo com a investigação, o documento inclui nomes de integrantes do Ministério Público Federal (MPF) que haviam assinado representações contra o governo Bolsonaro, seus aliados ou familiares. Embora não haja evidências de que o arquivo tenha sido compartilhado, ele contém nomes como o do procurador José Gladston Correia, que investigava o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela crise do oxigênio no Amazonas durante a pandemia. Também estão listados procuradores como Enrico de Freitas, que recomendou a não celebração do golpe de 1964, e Ana Carolina Bragança, que atuou no combate ao garimpo ilegal na Amazônia.

A Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) emitiu uma nota pedindo a responsabilização dos envolvidos, afirmando que o caso não deve ser tratado como corriqueiro ou relativizado. Segundo a ANPR, o monitoramento das atividades de membros do MP por parte da Abin configura um “desvio de finalidade” e não condiz com o papel das instituições de Estado, especialmente do serviço de inteligência.

A ANPR anunciou que buscará entender todo o contexto dos fatos, a dimensão da atuação irregular, responsabilizar os envolvidos e reparar os danos causados. A entidade enfatizou que os fatos devem ser devidamente apurados e punidos. A CNN ainda tenta contato com a defesa de Ramagem para obter uma posição sobre o caso.

 

 

 

Fonte: CNN Brasil

Vídeo: CNN Brasil

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